PIB dos EUA no 1º trimestre de 2022
O PIB dos EUA registrou queda de 1,4% no primeiro trimestre de 2022 na comparação com o trimestre anterior. O número contrasta com o forte crescimento de 6,9% apresentado nos últimos três meses de 2021. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (28/4) pelo Escritório de Análises Econômicas do país (BEA, na sigla em inglês).
De acordo com o órgão, a queda no PIB foi um reflexo de reduções nos investimentos privados em estoque, nas exportações e em gastos governamentais. Além disso, as importações – que são uma subtração no cálculo do PIB – também aumentaram.
Por outro lado, os gastos dos consumidores – que respondem por quase dois terços do PIB americano – cresceram no período. O dado chama atenção, uma vez que os EUA passam por um cenário de alta inflacionária. Em março, aliás, a inflação oficial do país foi de 8,5% no acumulado dos últimos 12 meses, a maior desde 1981.
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Esta é a primeira queda do PIB americano após seis altas consecutivas. De acordo com o BEA, a última retração havia acontecido no segundo trimestre de 2020.
Resposta da Casa Branca
De acordo com a Casa Branca, a queda dos investimentos privados em estoque é circunstancial. No trimestre anterior, em razão de preocupações com as cadeias de fornecimento, empresas fizeram aquisições em grande quantidade, preparando-se para eventuais disrupções.
“A economia americana – alimentada por famílias trabalhadoras – continua a ser resiliente face a desafios históricos”, declarou o presidente Joe Biden em nota. “Precisamos continuar progredindo – cortando custos para as famílias, produzindo mais na América e criando empregos bem pagos que permitam criar uma família de classe média”, adicionou.
Impacto da pandemia no PIB dos EUA
O aumento nos casos de Covid-19 relacionados à variante Ômicron resultou em “restrições e interrupções contínuas nas operações de estabelecimentos em algumas partes do país”.
Além disso, os pagamentos de benefícios sociais para pessoas físicas, de empréstimos perdoáveis para empresas e de subsídios para governos locais também caíram significativamente.
Contudo, de acordo com o relatório oficial do BEA, “os efeitos econômicos totais da pandemia de Covid-19 não podem ser quantificados na estimativa do PIB para o 1º trimestre”. Isso porque os impactos são geralmente incorporados em dados de origem e não podem ser identificados separadamente.
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Setores da economia
A diminuição do investimento privado em estoque foi um reflexo do desempenho das vendas no comércio (principalmente veículos automotivos) e no varejo (notadamente, “outros varejistas” e concessionárias de veículos).
Quanto às exportações, houve reduções generalizadas em bens não duráveis, parcialmente compensadas por um aumento em “outros serviços empresariais”, que, na classificação americana, englobam basicamente serviços financeiros.
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